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O Inventário de Obsessões e Compulsões – Revisado (OCI-R) é um instrumento amplamente utilizado para avaliar a presença e a gravidade dos sintomas obsessivo-compulsivos. Ele é composto por 18 itens que medem diferentes dimensões do TOC, incluindo lavagem, checagem, obsessões, neutralização, ordenação e acumulação. Os itens são pontuados em uma escala de 0 (nunca) a 4 (extremamente), com base na intensidade dos sintomas no último mês.
O OCI-R é interpretado com base em suas subescalas, cada uma composta por 3 itens. A soma das pontuações de cada subescala indica a gravidade dos sintomas naquela dimensão específica. As subescalas e seus respectivos itens são:
Lavagem: Itens 1, 3, 12. Pontuação varia de 0 a 12.
Verificação: Itens 2, 8, 13. Pontuação varia de 0 a 12.
Obsessões: Itens 5, 9, 14. Pontuação varia de 0 a 12.
Neutralização: Itens 4, 6, 10. Pontuação varia de 0 a 12.
Ordenação: Itens 7, 11, 15. Pontuação varia de 0 a 12.
Acumulação: Itens 16, 17, 18. Pontuação varia de 0 a 12.
A pontuação de cada subescala ajuda a identificar quais áreas específicas apresentam maior sintomatologia, permitindo uma avaliação mais direcionada.
Huppert, J. D., Walther, M. R., Hajcak, G., Yadin, E., Foa, E. B., Simpson, H. B., & Liebowitz, M. R. (2007). The OCI-R: validation of the subscales in a clinical sample. Journal of anxiety disorders, 21(3), 394–406. https://doi.org/10.1016/j.janxdis.2006.05.006
Sousa FP, Foa EB, Meyer E, Niederauer KGP, Raffin AL, Cordioli AV. Obsessive-Compulsive Inventory and Obsessive-Compulsive Inventory-Revised Scales: Translation into Brazilian Portuguese, Cross-Cultural Adaptation, and Validation. Rev Bras Psiquiatr. 2008 Mar;30(1):42-6.
Solem, S., Hjemdal, O., Vogel, P. A., & Stiles, T. C. (2010). A Norwegian version of the Obsessive-Compulsive Inventory-Revised: psychometric properties. Scandinavian journal of psychology, 51(6), 509–516. https://doi.org/10.1111/j.1467-9450.2009.00798.x
O Liebowitz Social Anxiety Scale – Self Report version (LSAS-SR) é uma escala amplamente utilizada para avaliar a ansiedade social e o comportamento de esquiva em diversas situações sociais. Esta escala foi desenvolvida por Michael Liebowitz em 1987 e possui uma versão auto aplicada adaptada para o português brasileiro.
A versão de autorrelato permite que os indivíduos avaliem seu próprio nível de ansiedade e evitação em situações sociais específicas, proporcionando uma medida quantitativa da gravidade da ansiedade social.
A LSAS-SR é composta por 24 itens que avaliam o medo e a evitação em situações sociais e de desempenho.
Cada item é avaliado em duas subescalas:
(1) Medo/Ansiedade e (2) Evitação, com pontuações que variam de 0 a 3. A pontuação total pode ser dividida em subescalas para fornecer uma visão detalhada sobre os aspectos específicos da ansiedade social do paciente.
As pontuações são somadas para fornecer uma pontuação total de ansiedade social, com pontuações mais altas indicando maior ansiedade social. Recomenda-se que a interpretação dos resultados deve considerar separadamente as subescalas de medo e evitação, além do escore total (144 pontos).
Santos LF, Loureiro SR, Crippa JAS, Osório FL. Adaptation and initial psychometric study of the self-report version of Liebowitz Social Anxiety Scale (LSAS-SR). Int J Psychiatry Clin. 2013;17(2):139-43.
Santos Lf, Loureiro SR, Crippa JAS, Osório FL. Psychometric validation study of Liebowitz Social Anxiety Scale: self-reported version for Brazilian Portuguese. PloS One. 2013;8(7):e70235.
Heimberg RG, Holaway RM. Examination of the known-groups validity of the Liebowitz Social Anxiety Scale. Depress Anxiety. 2000;24(7):447-54.
Osório FL. Social anxiety disorder: from research to practice. New York: Nova Science; 2013.
O Questionário de Preocupação do Estado da Pensilvânia (PSWQ) é um instrumento amplamente utilizado para avaliar o traço de preocupação em indivíduos. Desenvolvido originalmente por Meyer et al. em 1990, o PSWQ mede a frequência e a intensidade das preocupações experimentadas pelos respondentes. A versão em português foi validada por Castillo et al. em 2010.
O PSWQ é composto por 16 itens, cada um avaliado em uma escala de 1 (Não me adequo) a 5 (Extremamente adequado). A pontuação total é calculada somando-se as respostas de cada item, com uma pontuação mínima de 16 e máxima de 80. Uma pontuação mais alta indica um nível mais elevado de preocupação. Não existem subescalas no PSWQ, sendo a pontuação total o principal indicador.
Borkovec TD. The nature, functions, and origins of worry. In: Davey GCL, Tallis F, editors. Worrying: perspectives on theory, assessment and treatment. Chichester: Wiley; 1994. p. 5-33.
Castillo C, Macrini L, Cheniaux E, Landeira-Fernandez J. Psychometric properties and latent structure of the Portuguese version of the Penn State Worry Questionnaire. Span J Psychol. 2010;13(1):431-43.
Behar E, Alcaine O, Zuellig AR, Borkovec TD. Screening for generalized anxiety disorder using the Penn State Worry Questionnaire: a receiver operating characteristic analysis. J Behav Ther Exp Psychiatry. 2003;34(1):25-43.
O Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) é um instrumento de autorrelato amplamente utilizado para avaliar a ansiedade em dois níveis: o estado-ansiedade e o traço-ansiedade. O estado-ansiedade refere-se a uma resposta emocional temporária em situações específicas, enquanto o traço-ansiedade reflete uma característica mais estável da personalidade, indicando uma tendência a reagir com ansiedade em diversas situações.
O IDATE é composto por duas subescalas de 20 itens cada: o IDATE-E (ansiedade-estado), que avalia como o indivíduo se sente no momento da resposta, e o IDATE-T (ansiedade-traço), que mede como ele geralmente se sente.
O IDATE é composto por duas subescalas:
Ansiedade-Estado (A-E): Avalia como o indivíduo se sente no momento presente. A pontuação varia de 20 a 80, onde pontuações mais altas indicam maior nível de ansiedade no momento da avaliação.
Ansiedade-Traço (A-T): Avalia como o indivíduo geralmente se sente. A pontuação também varia de 20 a 80, com pontuações mais altas indicando uma tendência maior a experimentar ansiedade como traço de personalidade.
Um ponto de corte entre 39 e 40 em cada subescala já sugere ansiedade clínica significativa. Em populações específicas, como pacientes perioperatórios, o ponto de corte pode ser maior (44-45), enquanto pessoas com transtornos de humor apresentam pontos de corte ao redor de 53. Pontuações entre 47 e 61 na subescala IDATE-E indicam características de transtornos de ansiedade.
O IDATE possui tradução e validação em mais de 60 línguas, sendo amplamente utilizado em estudos transculturais. Suas propriedades psicométricas foram testadas por meio da análise de Rasch, que contribuiu para validar a estrutura interna do instrumento. A consistência interna do IDATE é alta (0,86 a 0,95 para estado-ansiedade e 0,89 a 0,92 para traço-ansiedade), enquanto os coeficientes de teste-reteste (CTR) variam de 0,31 a 0,86, sendo mais baixos na subescala de estado-ansiedade, como esperado.
Biaggio AMB. A decade of research on state-trait in Brazil. In: Spielberger C, DiazGuerreiro R, editors. Cross-cultural anxiety. New York: Hemisphere; 1990. p. 157-67.
Ortuño-Sierra J, García-Velasco L, Inchausti F, Debbané M, Fonseca-Pedrero E. New approaches on the study of the psychometric properties of the STAI. Actas Esp Psiquiatr. 2016;44(3):83-92.
Kaipper MB, Chachamovich E, Hidalgo MPL, Torres IL, Caumo W. Evaluation of the structure of Brazilian State-Trait Anxiety Inventory using a Rash psychometric approach. J Psychosom Res. 2010;68(3):223-33.
A Adult Self-Report Scale (ASRS-18) é um questionário de auto-relato desenvolvido para triagem de sintomas de Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) em adultos.
Baseada nos critérios do DSM-IV, a ASRS-18 foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em colaboração com pesquisadores do National Comorbidity Survey-Replication para adaptar os sintomas ao contexto da vida adulta.
A escala é composta por 18 itens e avalia duas dimensões principais: desatenção (T1) e hiperatividade/impulsividade (T2). É uma escala do tipo Likert, onde cada item é pontuado de 0 a 4, variando entre “nunca” e “muito frequentemente”.
A ASRS é amplamente utilizada em contextos clínicos e de pesquisa para triagem inicial e suporte ao planejamento de intervenções terapêuticas.
A ASRS-18 é dividida em duas subescalas principais: Parte 1, que avalia os sintomas de desatenção (itens 1-9), e Parte 2, que avalia os sintomas de hiperatividade e impulsividade (itens 10-18). A pontuação total é obtida somando os pontos de cada item, variando de 0 a 72 pontos, sendo que pontuações mais altas indicam maior probabilidade de TDAH. Especificamente:
P1 (Desatenção): Itens que avaliam dificuldades em prestar atenção, esquecer compromissos, distração e dificuldade em concluir tarefas.
P2 (Hiperatividade/Impulsividade): Itens que avaliam inquietação, dificuldade para permanecer sentado, falar em excesso e comportamento impulsivo.
A escala é usada como uma triagem inicial para identificar sinais sugestivos de TDAH, indicando a necessidade de uma avaliação mais detalhada e aprofundada. Embora a ASRS seja um instrumento de triagem, ela segue os pontos de corte definidos no DSM-IV para possíveis casos de TDAH: indivíduos são considerados como tendo um diagnóstico possível se apresentarem, no mínimo, seis sintomas de desatenção ou seis de hiperatividade/impulsividade, ou ambos.
American Psychiatric Association – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV). 4.ed. Washington, DC, American Psychiatric Association, 1994.
Mattos, P., Segenreich, D., Saboya, E., Louzã, M., Dias, G., Romano, M. (2006). Adaptação transcultural para o português da escala Adult Self-Report Scale para avaliação do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade em adultos. Revista de Psiquiatria Clínica, 33(4), 188-194.
Somar a pontuação de todos os itens e dividir pelo número total de itens (23) para obter a média do grau de severidade dos sintomas borderline.
Nenhum ou baixo 0 – 6,9
Suave 6,9 – 16,1
Moderado 16,1 – 39,1
Alto 39,1 – 62,1
Muito alto 62,1 – 80,5
Extremamente alto 80,5 – 92
Ramiro Figueiredo Catelan e Antonio Egídio Nardi (2021)
Este é um questionário diário que visa ajudar a monitorar como você se sente emocionalmente e fisicamente ao longo do tempo. A cada dia, você será solicitado a avaliar alguns sentimentos e sensações físicas. Essas informações me ajudarão a entender melhor suas experiências e a adaptar o cuidado de acordo com suas necessidades.
Um ponto de corte de 39 ou mais indica uma alta relação entre afeto negativo e sintomas somáticos.
Gierk, B., Kohlmann, S., Kroenke, K., et al. (2014). The Somatic Symptom Scale-8 (SSS-8): A brief measure of somatic symptom burden. JAMA Internal Medicine, 174(2), 399–407.
Carvalho, H. W., Andreoli, S. B., Lara, D. R., Patrick, C. J., Quintana, M. I., Bressan, R. A., de Melo, M. F., Mari, J. J., & Jorge, M. R. (2013). Structural validity and reliability of the Positive and Negative Affect Schedule (PANAS): Evidence from a large Brazilian community sample. Revista Brasileira de Psiquiatria, 35(2), 169–172. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2012-0957
O diário alimentar, também conhecido como registro alimentar, é uma ferramenta para registrar detalhadamente os alimentos e bebidas consumidos no dia. Além de monitorar o consumo, pode ser utilizado para analisar padrões e comportamentos alimentares do indivíduo.
Ao revisar o diário alimentar, o avaliador deve verificar a consistência das informações registradas, garantindo que não existam falhas significativas, como períodos sem registros de consumo ou um número muito reduzido de alimentos anotados. É importante assegurar que os alimentos estejam descritos de maneira detalhada, incluindo tipos específicos (por exemplo, light, diet, integral) e métodos de preparo (cozido, assado, frito, etc.).
O avaliador deve questionar sobre itens que frequentemente são esquecidos, como adoçantes, condimentos, molhos de salada, e alimentos consumidos entre refeições ou fora de casa. É importante também incluir suplementos alimentares no levantamento.
Atenção às Possíveis Limitações:
Mudança no Comportamento Alimentar: Preencher o diário pode influenciar o comportamento do participante, gerando registros que não refletem o consumo usual.
Adesão e Motivação: A adesão ao preenchimento varia, sendo geralmente menor entre homens, dependendo da motivação e compreensão do participante.
Estimativa de Porções: Há dificuldades comuns na estimativa das porções consumidas, por isso, é importante orientar o uso de medidas caseiras.
Análise de Dados: Analisar vários dias pode ser trabalhoso; períodos curtos não capturam a variabilidade do consumo e períodos longos podem reduzir a participação.
Risco de Subnotificação: Os métodos autorreferidos podem resultar em omissões, como a não inclusão de certos alimentos ou lanches.
Fisberg RM, Archioni, Maria DL, Colucci ACA. Avaliação do consumo alimentar e da ingestão de nutrientes na prática clínica. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5):617-24.
Pereira RA, Sichieri R. Métodos de avaliação do consumo de alimentos. In: Kac G, Sichieri R, Gigante DP, organizadores. Epidemiologia nutricional. Rio de Janeiro: Atheneu; 2007. p. 181-200.
O HCL é um questionário autoaplicável de 33 itens que avalia a presença de hipomania ao longo da vida. Os sintomas são marcados como “sim” (presente) ou “não” (ausente), com foco em estados de humor “altos” (exaltação, elevação). A pontuação é obtida somando as respostas afirmativas, e quanto maior o escore, maior a probabilidade de Transtorno Bipolar (TB).
A versão brasileira do HCL-32 mostrou boa sensibilidade (0,75) e especificidade (0,58), com um ponto de corte de 18 respostas afirmativas para indicar a necessidade de investigar TB. O HCL-33 tem um corte de 15 respostas afirmativas. Fatores que afetam a pontuação incluem a cronicidade da amostra, mas não a autopercepção do humor. Profissionais devem lembrar os pacientes de considerar seu estado de humor conforme instruído. OBS: O HCL-33 não distingue entre os subtipos do Transtorno Bipolar, como os tipos I e II, devido à sua estrutura de autoaplicação, e não por limitações estatísticas. Todavia, é uma ferramenta eficaz para rastreamento, com o objetivo de indicar a necessidade de uma investigação mais aprofundada.
Hidalgo-Mazzei D, Mateu A, Undurraga J, Rosa AR, Pacchiarotti I, Cdel MB, et al. eHCL-32: a useful, valid and user friendly tool in the screening of bipolar II disorder. Compr Psychiatry. 2015;56:283-8. Soares OT, Moreno DH, Moura EC, Angst J, Moreno RA. Reliability and validity of a Brazilian version of the Hypomania Checklist (HCL-32) compared to Mood Disorder Questionnaire (MDQ). Rev Bras Psiquiatr. 2010;32(4):416-23. Angst J, Meyer TD, Adolfsson R, Skeppa P, Carta M, Benazzi F, et al. Hypomania: a transcultural perspective. World Psychiatry. 2010;9(1):41-9. Wu YS, Angst J, Ou CS, Chen HC, Lu RB. Validation of the Chinese version of the Hypomania Checklist (HCL-32) as an instrument for detecting hypo(mania) in patients with mood disorders. J Affect Disord. 2008;106(1-2):133-43.
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O Gráfico de Monitoramento de Humor é uma ferramenta terapêutica que permite acompanhar e avaliar as variações de humor do paciente ao longo do tempo, oferecendo uma visão clara e sistemática dos padrões emocionais. A aplicação pode ser personalizada de acordo com as características individuais, mantendo indicadores padronizados que facilitam tanto a avaliação objetiva quanto a adaptação às necessidades específicas combinadas durante a terapia. Essa abordagem mista garante que o terapeuta e o paciente possam monitorar sintomas relevantes e agir de maneira proativa. Além disso, é essencial que se estabeleça um plano de ação previamente definido, orientando as intervenções com base no humor registrado. Seguindo a metodologia proposta por Basco & Rush (2009) em Terapia Cognitivo-Comportamental para Transtorno Bipolar: guia do terapeuta, as ações devem ser planejadas conforme a gravidade e a natureza dos sintomas, garantindo uma resposta terapêutica alinhada às flutuações emocionais identificadas.
O monitoramento de humor pode ser utilizado de maneira personalizada, conforme as características individuais do paciente, seguindo os indicadores padrões inseridos na descrição. Dessa forma, é possível avaliar de maneira padronizada e, ao mesmo tempo, personalizada, conforme o combinado durante o processo terapêutico.
É importante considerar um plano de ação pré-estabelecido com o paciente, de acordo com o humor registrado. Seguindo o modelo apresentado por Basco & Rush (2009) em Terapia Cognitivo-Comportamental para Transtorno Bipolar: guia do terapeuta, sugere-se que os planos sigam a seguinte ordem conforme o sintoma:
+5 Sem dormir, psicótico → Ir para o hospital
+4 Maníaco, julgamento prejudicado → Não agir
+3 Hipomaníaco → Ligar para o médico
+2 Energizado → Tomar uma atitude
+1 Ativo, feliz → Monitorar mais de perto
0 Normal
-1 Devagar, para baixo → Monitorar mais de perto
-2 Triste → Tomar uma atitude
-3 Deprimido → Ligar para o médico
-4 Paralisado → Não agir
-5 Suicida → Ir para o hospital
Observação: a ordem desses planos não é uma regra; é fundamental considerar o julgamento clínico na hora de tomar qualquer decisão. Além disso, as recomendações aplicam-se a pacientes que já foram diagnosticados com Transtorno Bipolar. Em outros casos, sugerimos que o paciente seja comunicado para que esteja ciente do uso da ferramenta conforme a sua demanda.
A DASS-21 (Depression, Anxiety, and Stress Scale), desenvolvida por Lovibond e Lovibond, é uma escala de autorrelato composta por 21 itens que avalia de forma independente os níveis de depressão, ansiedade e estresse. Cada subescala contém 7 itens, classificados em uma escala Likert de 0 a 3 (4 pontos), e o escore final de cada subescala é obtido multiplicando-se a soma dos escores por dois.
A subescala de depressão mede desânimo, falta de prazer, e autodepreciação.
A subescala de ansiedade avalia ativação autonômica, tensão muscular e ansiedade situacional.
A subescala de estresse verifica dificuldade para relaxar, agitação e irritabilidade.
É fundamental que haja um rastreio mais aprofundado com entrevista clínica ao classificar e/ou diagnosticar utilizando o DASS-21, pois assim, além de contextualizar e enriquecer a avaliação, permite compreender outros estados emocionais que contribuem para um diagnóstico mais preciso. Vale reforçar que essa escala é um instrumento de rastreio de sintomas e pode apresentar limitações em alguns casos.
Classificação de escores de cada subescala da DASS-21:
Depressão (leve 0-9, mínimo 10-13, moderado 14-20, grave 21-27, muito grave 28+);
Ansiedade (leve 0-7, mínimo 8-9, moderado 10-14, grave 15-19, muito grave 20+);
Estresse (leve 0-14, mínimo 15-18, moderado 19-25, grave 26-33, muito grave 34+).
Vignola RCB, Tucci AM. Adaptation and validation of the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS) to Brazilian Portuguese. J Affect Disord. 2014. Martins BG, Silva WR, Maroco J, Campos JADB. Escala de depressão, ansiedade e estresse: propriedades psicométricas e prevalência das afetividades. J Bras Psiquiatr. 2019. Apóstolo JLA, Mendes AC, Azeredo ZA. Adaptação para a língua portuguesa da Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS). Rev Latino-Am Enfermagem. 2006.
Kim YK, Hur JW, Kim KH, Oh KS, Shin YC. Prediction of postpartum depression by sociodemographic, obstetric and psychological factors: a prospective study. Psychiatry Clin Neurosci. 2008;62(3):331-40. Santos IS, Matijasevich A, Tavares BF, Barros AJD, Botelho IP, Lapolli C, et al. Validation of the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) in a sample of mothers from the 2004 Pelotas Birth Cohort Study. Cad Saúde Pública. 2007;23(11):2577-88. Brancaglion MY, Couto TC, Vasconcellos AG, Malloy-Diniz LF, Nicolato R, Corrêa H. Edinburgh postnatal depression scale for screening antepartum depression in the Brazilian public health system. Clin Neuropsychiatry. 2013;10(2):102-6. Beck CT, Gable RK. Postpartum Depression Screening Scale: development and psychometric testing. Nurs Res. 2000;49(5):272-82.
O questionário SCOFF foi desenvolvido para identificar possíveis transtornos alimentares, utilizando um acrônimo que representa suas cinco perguntas principais: Sick, Control, One stone, Fat, Food. A tradução exata não é totalmente adequada para outras línguas, especialmente por termos como “one stone” (equivalente a 6 kg) e “sick” (que pode significar “doente” ou “vômito”). No entanto, as perguntas podem ser adaptadas facilmente para diferentes culturas.
As cinco perguntas são:
Sick: Você provoca vômito por se sentir desconfortavelmente cheio(a)?
Control: Você se preocupa em ter perdido o controle sobre o quanto você come?
One stone: Você recentemente perdeu mais de 6 kg em um período de três meses?
Fat: Você acredita estar gordo(a) mesmo quando dizem que você está muito magro(a)?
Food: Você diria que a comida domina sua vida?
O SCOFF pode ser aplicado a adolescentes e adultos, tanto por profissionais de saúde quanto por não profissionais. Uma de suas vantagens é ser breve, tornando-o prático para rastreamento rápido.
O questionário SCOFF é pontuado com base nas respostas “sim” às suas cinco questões, somando até um total de 5 pontos. Um escore de 2 ou mais indica alta sensibilidade para detectar anorexia nervosa (AN) e bulimia nervosa (BN). Para equilibrar sensibilidade e especificidade, um ponto de corte de 3 também é utilizado.
No estudo original, o SCOFF mostrou sensibilidade de 100% e especificidade de 87,5%, em uma amostra com 116 pacientes com transtornos alimentares e 96 controles.
No Brasil, duas versões do SCOFF foram adaptadas, variando na interpretação do termo “one stone” (item referente à perda de peso). Uma versão utiliza 6 kg como referência, enquanto outra utiliza 5 kg, devido à diferença nas características antropométricas da população brasileira em comparação a europeus e norte-americanos. O SCOFF-BR foi validado em universitários entre 18 e 32 anos, apresentando sensibilidade de 80%, especificidade de 71,5%, e acurácia de 72,3%, atendendo aos critérios do DSM-5 para AN, BN e Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA).
Limitações: Pode ser menos eficaz em homens e idosos devido à apresentação diferente dos sintomas e não aborda práticas como excesso de exercício ou perda de peso anterior.
Moser CM, Terra L, Behenck AD, Brunstein MG, Hauck S. Crosscultural adaptation and translation into Brazilian Portuguese of the instruments sick control one stone fat food questionnaire (SCOFF), eating disorder examination questionnaire (EDE-Q) and clinical impairment assessment questionnaire (CIA). Trends Psychiatry Psychother. 2020;42(3):267-71.
Morgan JF, Reid F, Lacey JH. The SCOFF questionnaire: assessment of a new screening tool for eating disorders. BMJ. 1999;319(7223):1467-8.
Teixeira AA, Roque MA, Freitas AA, Santos NF, Garcia FM, Khoury JM, et al. The Brazilian version of the SCOFF questionnaire to screen eating disorders in young adults: cultural adaptation and validation study in a university population. Braz J Psychiatry. 2021;43(6):613-6.
Kutz AM, Marsh AG, Gunderson CG, Maguen S, Masheb RM. Eating disorder screening: a systematic review and meta-analysis of diagnostic test characteristics of the SCOFF. J Gen Intern Med. 2020;35(3):885-93.
A Escala AQ-10 é uma versão reduzida do Autism Spectrum Quotient, desenvolvida para rastrear traços de autismo mais rapidamente. Originalmente derivada da versão completa AQ-50, a AQ-10 contém 10 itens selecionados para maximizar a discriminação entre pessoas com e sem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esta escala é utilizada em contextos de atenção primária à saúde e pode ser administrada por profissionais da saúde para identificar pacientes que precisam de uma avaliação diagnóstica mais aprofundada.
A AQ-10 avalia dimensões como interação social, comunicação, atenção aos detalhes, capacidade de mudar o foco da atenção e imaginação. A escala é recomendada para adultos com funcionamento intelectual típico e foi desenvolvida para otimizar a triagem em contextos clínicos de alta demanda, preservando a validade preditiva da versão completa.
Um guia de referência rápido para adultos com suspeita de autismo que não tem deficiência de aprendizagem. (Tradução Versão Português, Brasil Instituto de Pesquisas Neuropsiquiátricas, SUAV – Waldir Toledo, 2020).
A pontuação da AQ-10 varia de 0 a 10, com cada resposta indicando traços de autismo recebendo uma pontuação de 1. O ponto de corte mais amplamente recomendado para indicar a necessidade de uma avaliação mais profunda é uma pontuação de 6 ou mais, o que sugere a presença de traços significativos de autismo. Com base em análises de Curva ROC, a AQ-10 apresenta uma sensibilidade de 88% e especificidade de 91% para o ponto de corte de 6, o que demonstra uma boa capacidade de discriminar entre indivíduos com e sem diagnóstico de TEA .
É importante salientar que a AQ-10 não substitui uma avaliação diagnóstica completa, sendo necessária uma investigação adicional para confirmar o diagnóstico.
Paula, C. S., Ribeiro, S. H., Fombonne, E., & Mercadante, M. T. Tradução e validação da AQ-10 para o Português Brasileiro. Revista Brasileira de Psiquiatria. 2018.
Booth, T., Murray, A. L., McKenzie, K., Kuenssberg, R., O’Donnell, M., & Burnett, H. Brief Report: An Evaluation of the AQ-10 as a Brief Screening Instrument for ASD in Adults. Journal of Autism and Developmental Disorders. 2013; 43(5): 1234-1240. doi:10.1007/s10803-013-1844-5.
Allison, C., Auyeung, B., & Baron-Cohen, S. Psychometric Concerns with the 10-item Autism-Spectrum Quotient (AQ-10) as a Measure of Trait Autism in the General Population. Journal of Autism and Developmental Disorders. 2013; 43: 2345-2350. doi:10.1017/exp.2019.3.
A Barratt Impulsiveness Scale (BIS-11) é um questionário de autorrelato desenvolvido por Ernst Barratt para medir a impulsividade. É composta por 30 itens que avaliam três aspectos principais da impulsividade: impulsividade motora, atencional e de não planejamento. A escala utiliza uma pontuação Likert de quatro pontos, variando de “Raramente/Nunca” a “Quase Sempre/Sempre.”
A BIS-11 é amplamente utilizada em diversos contextos para identificar tendências impulsivas em populações clínicas e não clínicas, incluindo adolescentes e adultos. A escala foi validada e adaptada para diferentes contextos culturais, com versões disponíveis para o português brasileiro, demonstrando sua relevância e adaptabilidade entre populações diversas
A BIS-11 gera um escore total que varia de 30 a 120, com escores mais altos indicando níveis mais elevados de impulsividade. A escala também fornece escores para as subescalas de impulsividade motora, atencional e de não planejamento. Ao interpretar os resultados, os profissionais de saúde devem considerar que escores elevados podem indicar impulsividade clinicamente significativa, muitas vezes associada a condições psiquiátricas como TDAH, transtornos de uso de substâncias e transtornos de personalidade.
A interpretação deve ser contextualizada dentro do quadro clínico geral do indivíduo, pois os níveis de impulsividade podem variar com base em traços de personalidade, fatores ambientais e comorbidades.
Paula, J. J., Abreu, N., & Malloy-Diniz, L. F. (2022). Adaptation and construct validation of the Barratt Impulsiveness Scale for Brazilian Portuguese. BMC Psychiatry, 22, 465. doi: 10.1186/s12888-022-03870-x.
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O Inventário de Depressão – A Mente Vencendo o Humor, adaptado para o contexto brasileiro, é uma ferramenta baseada nos princípios da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) desenvolvida por Greenberger & Padesky. O inventário tem como objetivo auxiliar na identificação e monitoramento de sintomas depressivos, incentivando o autoconhecimento e o desenvolvimento de habilidades cognitivas para a modulação do humor. Ele é frequentemente utilizado como parte do processo terapêutico para avaliar o estado emocional do paciente e guiar intervenções.
O inventário é composto por um conjunto de itens que avaliam sintomas e aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais relacionados à depressão. As respostas são registradas em uma escala de intensidade, que permite ao paciente indicar a frequência ou gravidade com que determinados sintomas estão presentes. A aplicação é simples e pode ser realizada periodicamente para monitorar a evolução do quadro ao longo do tratamento.
A Generalized Anxiety Disorder-7 (GAD-7) é uma escala de autorrelato composta por sete itens, desenvolvida por Spitzer e colaboradores em 2006 para rastrear o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Ela utiliza uma escala ordinal de quatro pontos que avalia a frequência dos sintomas nas últimas duas semanas, variando de 0 (nenhuma vez) a 3 (quase todos os dias). Os sintomas incluem nervosismo, preocupação excessiva, dificuldade para relaxar, agitação e irritabilidade. A GAD-7 é amplamente utilizada em diferentes populações, incluindo adolescentes, adultos e idosos, sendo recomendada tanto para o rastreamento da ansiedade em ambientes clínicos quanto para pesquisas populacionais.
A GAD-7 pode ser autoaplicada ou utilizada em formato de entrevista estruturada, com média de tempo de preenchimento de cerca de 2 minutos e 30 segundos. O instrumento apresenta boas propriedades psicométricas e alta aplicabilidade, sendo também adequado para o rastreamento da ansiedade em pessoas com doenças crônicas, como câncer e epilepsia, bem como no contexto da COVID-19.
A GAD-7 pode ser interpretada de duas formas principais:
Ponto de Corte: O escore total varia de 0 a 21, onde pontuações mais altas indicam maior intensidade dos sintomas de ansiedade. Os pontos de corte sugeridos são:
0-4: Nenhuma ou mínima ansiedade
5-9: Ansiedade leve
10-14: Ansiedade moderada
15-21: Ansiedade grave
Uma pontuação a partir de 10 indica a necessidade de uma avaliação mais aprofundada para diagnóstico de TAG.
Propriedades Psicométricas: A GAD-7 possui sólida base psicométrica, com coeficiente alfa de Cronbach de 0,93 e correlação intraclasse de 0,83, garantindo alta confiabilidade. A escala mostrou boa sensibilidade e especificidade para identificar transtornos de ansiedade. No Brasil, a GAD-7 também apresentou excelentes indicadores de confiabilidade, incluindo coeficientes alfa e rho acima de 0,85, o que assegura a adequação da medida para uso em diferentes contextos.
Byrd-Bredbenner C, Eck K, Quick V. GAD-7, GAD-2, and GAD-mini: psychometric properties and norms of university students in the United States. Gen Hosp Psychiatry. 2021;69:61-6.
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O CORE-OM (Clinical Outcomes in Routine Evaluation – Outcome Measure) é um instrumento padronizado e amplamente utilizado na prática clínica para avaliar a saúde mental e monitorar o progresso terapêutico ao longo do tempo. Ele abrange quatro domínios principais: bem-estar subjetivo, problemas ou sintomas psicológicos, funcionamento social e interpessoal, e risco (para si ou para outros).
Composto por 34 itens, o CORE-OM oferece uma visão abrangente do estado emocional e comportamental do paciente, permitindo ao terapeuta identificar áreas de dificuldade e acompanhar mudanças ao longo do tratamento. Sua aplicação pode ser feita no início, durante e ao final da intervenção, fornecendo dados úteis para ajustes no plano terapêutico e evidenciando os efeitos da terapia. Além disso, o CORE-OM é uma ferramenta validada internacionalmente e reconhecida pela sua capacidade de combinar simplicidade de uso com relevância clínica, oferecendo tanto uma visão quantitativa quanto qualitativa do progresso do paciente.
O Diário de Emoções (DBT) é uma ferramenta estruturada utilizada na Terapia Comportamental Dialética (DBT) para ajudar pacientes a monitorar, identificar e compreender suas emoções, comportamentos e pensamentos ao longo do tempo.
Ele permite registrar a intensidade e frequência das emoções vivenciadas, destacar eventos significativos e documentar o uso de habilidades específicas da DBT, como mindfulness, regulação emocional e tolerância ao desconforto. Ao promover uma observação cuidadosa dos padrões emocionais e comportamentais, o diário facilita o autoconhecimento, reforça a aplicação das habilidades aprendidas e orienta o terapeuta na identificação de áreas de dificuldade e progresso, contribuindo para intervenções mais personalizadas e eficazes.
O PHQ-9 é um questionário composto por 9 itens, baseado nos critérios do DSM-IV e DSM-5 para depressão maior. Desenvolvido nos EUA a partir do estudo PRIME-MD, é amplamente utilizado para triagem e avaliação da gravidade dos sintomas depressivos.
Cada item é classificado de acordo com a frequência dos sintomas nas últimas duas semanas, em uma escala de 0 (nenhum dia) a 3 (quase todos os dias). Recomendado para pessoas acima de 20 anos, o PHQ-9 pode ser autoaplicado ou administrado por um entrevistador treinado, com tempo de aplicação inferior a 10 minutos.
O PHQ-9 pode ser interpretado de duas formas:
Algoritmo Diagnóstico: Identifica indivíduos com um episódio depressivo maior (EDM) e prováveis casos de transtorno depressivo maior (TDM). Nesse método, a especificidade do PHQ-9 é de 95,3% (IC 95%; 92,8-97,2), o que indica uma alta precisão para diagnosticar corretamente pessoas com EDM.
Ponto de Corte: Utiliza uma medida contínua que varia de 0 a 27 pontos, classificando os indivíduos de maneira dicotômica. O ponto de corte no estudo de validação brasileiro é ≥ 9, enquanto na literatura internacional é ≥ 10. Essa abordagem é útil para rastreamento de possíveis casos de depressão.
Essa dupla interpretação permite que o PHQ-9 seja utilizado tanto para triagem quanto para uma avaliação diagnóstica inicial.
Spitzer RL, Kroenke K, Williams JB. Validation and utility of a self-report version of PRIME-MD: the PHQ primary care study: primary care evaluation of mental disorders: patient health questionnaire. JAMA. 1999;282(18):1737-44.
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